Tuesday, April 25, 2006

Life's Tuff. Life Stuff.

Já no andamento deste ano novo, novo mesmo e cheio de idéias muito loucas de verão, o estômago sofre um pouco como sempre, não pelas refeições mal feitas, mas pelas emoções entortadas.
Há a busca por um pouco de sossego, que até existe, mas não para a cabeça que roda para todos os lados. A vida é toda cheia de opções horrorosas, de meio-caminhos para a felicidade, de odiosa realidade das coisas.
Tenho saudades de tudo. Saudades da pouca energia que precisava antes de tantas novidades. Saudades de não suar frio e de não ter tanta dor no estômago ao pensar nas pessoas que vêm para não dar certo. Tenho a impressão de que nunca dá certo.
Mas o que é dar certo, afinal?! Eu nunca soube. Às vezes parece certo e de repente: "Hey, you've got to hide your love away...". Odeio.
O desencontro quando vem dá uma certa vontade de morrer. Por que ele dói e com ele murcha um pedaço da gente. Machuca um pouco e vira um non-sense mais desagradável do que gostoso. Aí a gente fica meio sem sonhos. Sem sono e sem sonhos. Num "entre" que não é nada.
E depois passa. E começa tudo de novo...
De novo o estômago gelado se revirando. É engraçado como as paixões mais tolas, na hora fazem tanto sentido, preenchem tanto a vida e acalmam uma ansiedade maior que a vida. De existir sem saber porquê.
Existir por amor é dar sentido à existência que antes disso é muito morna e pacata.
Acontece que paixão não é sempre matéria bruta de amor, e descobrir isso corrompe o sentido de se apaixonar.
Paixão vira faísca de fósforo. Vira besteria "que passa". Depois de muitas, o corpo e o coração cansam. Cansam dessa exaustão toda a que todo esse emprenho energético leva.
O sexo em si é outra coisa. Nem da paixão ele precisa. Paixão, aquele mito faiscante da adolescência, começa de uma energia sexual, mas depois a gente cresce, fica chato e burro e demanda mais do que essa energia. E se permite ter menos energia e mais conversa, mais estresse, mais planos para o furuto (que naquela época não existia de verdade, pelo menos assim, tão grave).
De qualquer maneira a gente cresce. A gente descobre que "as coisas são assim mesmo", que há pessoas, que há amores, que há o sexo. E a gente vai vagando entre essas coisas e se apegando aonde elas satisfazem mais. Não mais por paixão. Muito por apego, por afeição, um pouco por carência.
Imaginem, logo eu, hoje tenho medo de paixão. Quase me nego a sentir aquele turbilhão todo por dentro. Por que não queria mais morrer de amor sem saber no que vai dar. Às vezes não posso me entregar. E pra isso choro tanto de dor que morro junto com essa minha impossibilidade. E morro um pouco, porque estou matando em mim uma potência gigante que eu tenho de me entregar, sofrer e amar desesperadamente as pessoas. Mas não posso fazer isso agora assim, "de graça".
Descobri que há um jeito outro de viver as coisas. Com mais serenidade e sobriedade. "Independente e sem amor", por mais sem graça que isso me pareça olhando dessa forma. E consigo isso meio fingida, porque sei que no fundo eu acabo semre envolvida na parte que me toca. Mas "aprendi" a tentar não entrar em contato demais para não me deixar abater.
Descobrir isso pra mim é um sintoma grave e inédito. E meio chato, sem tantos mistérios. Blah.

3 comments:

Anonymous said...

Oi pequena,
gostei demais do texto.
De verdade. Simples, expressivo e muito profundo. Acho incrível essa sua capacidade de dizer tanto em poucas linhas. Usar as palavras em todo o seu potencial expressivo. Isso é para poucos, acredite, e não deixe nunca de escrever.
E não deixe nunca de se apaixonar, pelas pessoas e pelas coisas da vida. Isso é vc, lembra?
E qdo tiver de morrer, que seja só um pouquinho. Que seja só o necessário para que alguma outra coisa possa nascer!
Bjo grande!
Lu

Anonymous said...

Descobri que posso sim editar seus textos... mas fique tranquila pois nem de longe eu pretendo mexer neles!! Eles são SEUS!!!
Era isso, só pra compartilhar essa descoberta...
Bjos

Lu

Anonymous said...

É uma certa tensão superficial. Se apertar muito, estoura.