Thursday, May 25, 2006

esbarrão

almo-jantar.
acor-dormir.

de repente parece que tudo está meio sem cor.
há quanto tempo? dias? semanas? meses?

não se sabe nem se está tudo mesmo sem cor,
ou se houve uma tonelada de infelizes coincidências.

não ter que fazer nada é diferente de ter que não fazer nada.

e no meio desse monte de nada, me esbarra um trecho da mestra
que, segundo o pé de página da época, era "eu":

"Ouve-me. Ouve meu silêncio. O que falo nunca é o que falo e sim outra coisa. (...) Capta essa outra coisa que na verdade falo por que eu mesma não posso."
in: água viva, Clarice Lispector.

e o silêncio pode ser colorido.
às vezes.

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